Você já tentou tocar e cantar uma música em seu tom original e percebeu que estava gritando ou forçando muito a sua voz? Pois bem, isso significa que a música não está em um tom agradável para você e é muito comum os iniciantes ficarem na dúvida em como mudar o tom para outro mais confortável. Por isso, hoje vamos falar sobre transporte de tonalidade. Não perca!
Transportar tonalidades é um pouco difícil no início, mas não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Ainda mais se você conhecer e entender algumas regrinhas que ajudam bastante. Mas para isso é preciso que você saiba os acordes mais comuns e é bom também saber quais aqueles que se identificam mais com seu tom vocal.
O que é Transporte de Tonalidade?
Toda música tonal tem a sua tonalidade, ou seja, o tom em que foi feita e/ou gravada. Algumas canções podem estar num tom muito alto (agudo) ou muito baixo (grave) e isso pode trazer dificuldades para algumas pessoas na hora de cantar.
Nessas situações é necessário tocar a música em outra tonalidade, mais alta ou mais baixa. E é ai que entra o transporte de tonalidade, ou seja, mudar o tom da música para uma região em que sua voz saia de maneira natural e afinada. Dessa forma, transportar uma música é modificar seu tom original para um tom que seja mais adequado com o timbre da sua voz, tornando-o mais alto ou mais baixo.
Cada música possui um tom determinante e é ela que orienta o tom no qual você deve tocar e cantar, bem como a sua voz já possui uma altura padrão definida, portanto não force cantando em um tom superior ou inferior ao seu e utilize a transposição para obter o tom adequado para a execução da música.
Transporte de Tonalidade – Como Mudar o Tom?
Para entender o transporte de tonalidade vamos utilizar a escala cromática.
Escala Cromática Ordem Ascendente
Entre cada nota desta escala existe uma diferença de meio tom.
Ao transportar uma tonalidade, sempre devemos ter como referência o primeiro acorde da cifra e depois anotar todos os acordes em sequência utilizados na música. Por exemplo, uma música tem a seguinte sequência: D, Bm, G. Tom D.
Se quisermos transportá-la do “Tom D” para o “Tom G”, devemos primeiramente localizar “D” na escala cromática e em seguida o “G”. Contamos a quantidade de semitons que andamos para frente ou para trás de um acorde para o outro, que neste caso são 5 semitons de D até G, depois a partir do B contamos mais 5 semitons para obtermos o próximo acorde, e assim por diante, é só andar a mesma quantidade para transpor os demais acordes.
Tom D D– Bm– G
Tom G G– Em– C
Note que na escala cromática ascendente não existe os sinais de “m” (menor), “7” (sétima), etc, apenas acorde maior e “#” (sustenido). Assim, caso existam “m” (menor), “7” (sétima), ou qualquer outro sinal é só acrescentar na outra nota correspondente.
Podemos utilizar também a tabela de escalas de tonalidades abaixo para transportar os acordes e adequar ao timbre da própria voz.
Note que na tabela também existe apenas acorde maior e “#” (sustenido). Assim, da mesma forma da escala cromática, caso existam “m” (menor), “7” (sétima), ou qualquer outro sinal é só acrescentar na outra nota correspondente.
Na música Chico Mineiro em TOM E, por exemplo, temo a sequência abaixo:
E–B7–E7–A–C#m– F#m
Para transpor a música para o “Tom A” utilizando a tabela, devemos visualizar o acorde de referência “E” que está na 5ª coluna. Depois, na mesma coluna, identificar onde estão os acordes restantes.
O “A” está localizado na 10ª coluna. Agora, a partir dos acordes já visualizados na 5ª coluna, é só substituir os mesmo pelos respectivos na 10ª coluna.
5ª coluna E– B7– E7– A– C#m– F#m
10ª coluna A– E7– A7– D– F#m– Bm
A tabela ajuda bastante, mas não utilize apenas tabelas de transporte. Aprenda a transportar pela escala cromática e não se verá em apertos quando não houver uma tabela disponível.