Dando continuação a nossa História do Violão vamos aprender ainda mais nesse post, sobre diversas características e curiosidades sobre violão. Não deixe de aprender essas incríveis curiosidades, tenho certeza de que vai gostar. Vamos lá!?
O Violão
A configuração moderna e desenho do violão foram confeccionados na Espanha. Presente hoje em quase todos os gêneros musicais populares, sua abrangência só se compara à do piano.
Com o passar do tempo o instrumento sofreu grandes evoluções e, hoje em dia, já possui variações de formatos e tamanho.
Os violões feitos por Luthieres são mais apropriados ao estilo de execução da pessoa, trazendo mais conforto e adaptação para ela com o instrumento.
O violão ou guitarra clássica possui diversas características em comum com os outros violões, mudando apenas o tipo de corda que em algumas podem ser de nylon, a cabeça possuir cravelhas, o braço ser mais largo e o tipo de madeiras usadas.
Estrutura do Violão
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Cabeça, Braço e Escala
Geralmente a madeira do braço possui a mesma madeira da cabeça do violão, em alguns casos até entalhado no mesmo bloco de madeira. A cabeça do instrumento é posta na extremidade do braço, formando um pequeno ângulo para facilitar o posicionamento das cordas sobre a pestana.
As tarraxas ou cravelhas do instrumento às vezes são feitas de osso com abas de plástico, ossos ou madrepérolas. Na maior parte há três carrilhões de cada lado da cabeça dos violões acústicos. Outras configurações são possíveis, como 4+2, 4+3 em violões de 7 cordas e 2+2 para baixolão.
Normalmente o braço do violão é mais comprido do que em outros violões acústicos, como por exemplo, o violão Folk, basicamente composto de uma barra maciça e rígida de madeira fixada ao corpo.
As madeiras mais usadas são mogno e o cedro, pois as que possuem maior resistência e tração são as preferíveis. Com um auxilio de um reforço estrutural o braço é colado ao corpo, o tróculo (é a extremidade mais larga do braço usada para fixá-lo ao corpo e dar rigidez mecânica à montagem), em geral feitos junto com a mesma peça do braço, mas também podem ser uma parte separada e colocada ao braço e ao corpo.
Feitas de madeira diferentes do corpo, assim como o Ébano (é um tipo de madeira), a escala é montada sobre o braço para fixar os trastes e servir de apoio aos dedos do executante.
Geralmente, os violões acústicos não apresentam elementos decorativos sobre a escala e os trastes dos violões modernos já são posicionados para proporcionar intervalos iguais em todos os semitons.
Normalmente, a parte livre do braço é mais curta que nos instrumentos elétricos, com doze trastes da pestana até a junção com o corpo.
O corpo do violão tem a função de caixa de ressonância e fixação de cordas. A combinação de madeiras utilizadas não é meramente decorativa.
Cada madeira tem sua característica física, assim deve- se escolher de acordo com a flexibilidade, resistência à tração e absorção de umidade.
A combinação de características das madeiras irá proporcionar a produção de um instrumento com sonoridade desejada, assim, garantindo afinação e timbres estáveis em condições diferentes de temperatura, umidade e tensão das cordas.
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Faixas Laterais
A madeira preferida para fazer essa parte do corpo violão é a Jacarandá da Bahia. São madeiras muito resistentes à tração. Porém, essa árvore está em risco de extinção e somente Luthieres que possuem estoques antigos usam essa madeira.
Uma alternativa é a Rosewood, conhecida como Jacarandá da Índia, ou também o mogno e alguns outros tipos de madeiras. As finas lâminas, de no máximo 3 mm de espessura e com cerca de 3 a 5 cm de largura, são molhadas e moldadas no formato desejado do instrumento (normalmente no formato aproximado de um 8) com a ajuda de moldes de madeira e grampos.
Depois de alguns dias as faixas adquirem a forma definitiva e ao longo de toda parte interna das faixas são colocadas várias peças de madeira em formato de “L”, que servirão para tampar o fundo do tampo.
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Fundo
O fundo também é feito de uma Lâmina fina, construído das mesmas madeiras que as faixas, cortadas para preencher exatamente o contorno definidos pelas faixas.
O fundo é constituído de duas partes simétricas, fixadas no meio a uma estrutura que se estende longitudinalmente ao corpo, dando uma característica de um fundo levemente curvo em direção ao exterior. Essa montagem permite a dilatação e faz com que alterações da madeira decorrentes de variações de temperatura ou umidade sejam absorvidas sem danos às lâminas.
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Tampo
Sendo basicamente a parte mais importante do violão, o tampo é responsável pelo efeito da vibração acústica. Como as cordas são fixadas no tampo, quando elas vibram todo o tampo vibra.
O tampo deve ser construído com Lâmina bem fina, com uma madeira bem flexível, mas ainda resistente para que possa suportar tração ocasionada pelas cordas.
Os melhores instrumentos são obtidos de árvores de no mínimo 200 anos, que possuem veios praticamente paralelos. Uma das melhores madeiras para o tampo é o cedro, mas também são usados vários outros tipos de madeira.
Assim como no fundo, o tampo também é obtido de uma única chapa de pinho dividido em duas metades unidas ao meio e colocada em formato de ”L” no ponto de junção entre as faixas e o tampo, um friso é colado como elemento decorativo e também como reforço estrutural do conjunto.
No centro do tampo tem uma abertura, chamado de boca, que serve para permitir a passagem do ar em vibração. Em geral, um mosaico feito em marchetaria decora e protege as bordas das aberturas. Já o desenho utilizado é característico de cada luthier.
Para “disciplinar” a vibração do tampo, uma complexa barra ou ripas de madeira são construídas na parte interna do tampo, esta estrutura e chamada de leque, que é fundamental para permitir o reforço de determinados harmônicos e a absorção de ruídos indesejáveis. Porém, o desenho ou números de barras usados é característico de cada Luthier ou cada modelo.
Para fixar as cordas ao corpo, abaixo da boca, é colocado um cavalete. O cavalete possui furos para a fixação das cordas e sobre ele é montado o rastilho, uma barra de osso ou plástico que serve para apoiar e distanciar as cordas do corpo e da escala, além de transmitir a vibração das cordas ao tampo.
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Encordoamento
Os violões que utilizam exclusivamente cordas de nylon são os “violões clássicos” ou “de concerto”, pois a construção desse tipo de instrumento não suporta cordas de aço, devido à tensão ser maior.
As cordas mais finas são chamadas de primas ou agudas, são feitas de nylon ou compostos utilizando carbono e titânio. Já as mais grossas, chamadas de bordões ou baixos, consistem de um núcleo composto por multifilamentos de fios de nylon, enrolados em espiral por um fio metálico.
Esse fio muito das vezes é feito de cobre banhado a prata, ou até mesmo prata pura, tratado com revestimento antioxidante, permitindo assim maior resistência à tração, mais estabilidade de afinação e maior flexibilidade do que seria possível caso se usassem fios de cobre também nas cordas mais grossas.
Curiosidades Sobre o Violão
1. Como já ouvimos falar, o violão era instrumento de boêmios e seresteiros, tendo título de “instrumento vagabundo”, mas felizmente isso já não existe mais.
2. Houve também uma confusão tremenda em relação aos termos, viola e violão no nosso país, mas há muito tempo essa confusão entre os dois não existe mais.
3. De acordo com o formato característico do violão, costuma-se dizer que ele tem o corpo de formato feminino, assim também se diz de mulheres de cintura acentuada que tem “corpo de violão”.
4. Diferentes dos outros países, aqui no Brasil, guitarra para nós refere-se ao instrumento elétrico, chamado “Guitarra Elétrica”.
5. A viola portuguesa possui as mesmas características do violão, sendo apenas um pouco menor.
6. Certa vez, um programa de TV que dava prêmios para quem acertasse perguntas de temas variados, questionou a seguinte pergunta: “quantas cordas tem o violão?”, embora a resposta considerada fosse “cordas”, não houve esclarecimento de que também há violões de 7, 8, 9 indo até 14 cordas!
7. O primeiro instrumento musical vendido aqui no Brasil foi a viola de 10 cordas ou 5 cordas duplas, que foram tragas pelos Jesuítas portugueses no século XVI com preço exorbitante que equivale hoje em dia a R$2.000,00 (dois mil reais)! Esse instrumento pertenceu a um bandeirante chamado Sebastião Paes de Barros.
E esse foi nosso terceiro post sobre a história do violão, se você ainda não conferiu os anteriores, vai lá, tenho certeza que vai gostar, pois assim como esse, lá também tem diversas curiosidades a respeito do violão.