Escolher qual palheta usar para tocar violão é extremamente difícil, principalmente para os iniciantes. Afinal, existem muitos tipos diferentes de palhetas, de diferentes materiais, formatos, espessuras e cores. Por isso, hoje vamos falar sobre os diferentes tipos de palhetas, bem como as características que tornam as palhetas diferentes entre si, para te ajudar na hora de escolher a sua. Confira!
Vamos começar entendendo o que devemos observar em cada palheta, para conhecer melhor entre os diferentes tipos de palhetas.
Tamanho e Espessuras Básicos das Palhetas
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Tamanhos:
Pequena; Média; Grande.
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Espessuras:
Extra Fina (Extra Thin); Fina (Thin); Média (Medium); Pesada (Heavy); Extrapesada (Extra Heavy).
Além dessas espessuras, há também palhetas com medidas em milímetros (mm), que vão de 0.50 mm (bem finas) até 3.00 mm (superpesadas). Existe uma grande variedade de espessuras de palhetas para diferentes tipos de estilos e encordoamentos. De modo geral, as palhetas mais finas são mais flexíveis, possuem um som mais brilhante e tendem a oferecer uma gama maior de sons, do suave ao barulhento e as mais grossas um som mais grave, abafado que dependendo do material são capazes de produzir um som limpo. Mas, é claro, pode haver exceções!
Os Materiais Utilizados na Fabricação das Palhetas
Os materiais mais comuns para a fabricação de palhetas comercializadas são de diferentes tipos de plástico e metal. Todas possuem suas particularidades e produzem diferentes sonoridades.
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Celuloide: Este foi o primeiro plástico usado para produzir palhetas e, ainda hoje, é o material mais usado, especialmente pelos que querem uma alta qualidade de som.
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Nylon: Material popular, flexível e pode gerar palhetas bem finas. Palhetas Thin e Extra Thin, geralmente são fabricadas em nylon. Possui superfície lisa e polida, por isso a maior parte dos fabricantes adicionam uma cobertura para dar maior atrito a estas palhetas de forma a fazê-las mais fáceis de serem seguradas. Entretanto, perde a sua flexibilidade depois de aproximadamente dois meses de uso intenso, se torna mais frágil e mais susceptível à quebra.
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Acetal: É uma classe de plástico altamente durável, duro, brilhoso e liso. O atrito com a corda de aço ou de níquel do violão para o acetal liso é muito baixo, assim as palhetas tem uma rápida movimentação, produzindo pouco barulho de palheta.
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Lexan: Liso, vítreo, muito rígido, mas com pouca durabilidade. Usada em palhetas Heavy e Extra Heavy e usualmente possui uma cobertura para aumento do atrito da palheta com os dedos.
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Acrílico: Rígido, leve, não é quebradiço e não amarela ou trinca. Pode ser moldada e cortada em quase todas as formas e espessuras de palhetas.
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Metal: Palhetas feitas de aço geram um som mais limpo que palhetas de plástico. Entretanto, gastam as cordas mais rapidamente e desafinam mais facilmente o instrumento, principalmente os acústicos. Algumas palhetas são feitas com moedas, o que proporciona um som único que varia de acordo com a liga metálica usada na cunhagem da palheta.
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Madeira: Cada palheta feita de madeira possui sua própria propriedade e produz um som único, resultado das diferenças de densidade, dureza e estrutura celular da madeira. A maior parte das palhetas de madeira produz um som mais abafado que palhetas de plástico ou metal. Para resistir à severidade da palhetada somente as madeiras mais duras são usadas para fazer palhetas. Enquanto a rugosidade e algumas vezes a dureza da palheta de madeira podem dar considerável impressão de resistência, geralmente elas podem quebrar muito mais rapidamente que as palhetas de plástico. Depois de uma série de palhetadas, as cordas vão se desgastando e se forma uma superfície um pouco mais lisa sobre as cordas.
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Vidro: É relativamente mais duro e pesado comparado com metal ou plástico. O vidro pode ser polido para deixar uma superfície mais lisa, mas também pode ter superfície mais áspera de acordo com a textura da lixa usada. Da mesma forma, fatores como tamanho, forma e peso têm influência direta sobre a tonalidade, fazendo com que cada palheta de vidro produza um som único.
Atualmente existem bastantes opções, as modernas palhetas industrializadas dominam o mercado, embora também existam palhetas artesanais ou personalizadas.
Formato das Palhetas
Há uma variedade bem grande de formatos de palhetas.
Dependendo da maneira como toca, de forma paralela a corda ou transversal, o formato da palheta pode influenciar o som produzido. As palhetas com ponta redonda proporcionam um som mais aveludado e encorpado, já as palhetas mais pontudas vão proporcionar mais velocidade e ataque para quem toca com a palheta inclinada/transversal.
Qual Tipo de Palheta Usar?
Primeiramente é preciso saber que estilo você toca e é imprescindível testar os vários tipos de palhetas antes de escolher a sua preferida.
As palhetas mais finas tendem a quebrar mais facilmente e sofrem maior desgaste quando se toca as cordas mais espessas, enquanto as palhetas mais espessas tendem a se desgastar menos. Normalmente, as palhetas mais leves são melhores para fazer “levadas” em acompanhamento, pois são flexíveis, confortáveis e proporcionam um efeito percussivo mais interessante, são muito usadas para tocar violão. As palhetas médias e pesadas são mais utilizadas para fazer solos, por exigirem um toque mais preciso. Mas isso não é uma regra, o ideal é você experimentar tudo que for possível e tirar suas próprias conclusões de qual palheta mais se adéqua ao seu gosto e saber se combina ou não com seu estilo.
A relação da espessura das cordas e da palheta também pode influenciar na técnica. Palhetas mais duras são mais firmes e dependendo do seu formato favorecem palhetadas mais rápidas tanto para solos como bases, assim como tocar violão com uma palheta de 2 mm pode deixar o timbre abafado. A maioria dos violonistas que tocam música erudita, MPB, Samba e Bossa-Nova não utiliza palhetas, da mesma forma que a maioria dos violonistas que tocam rock, reggae e blues as utilizam, mas existem muitos músicos que vão na contramão da maioria com excelentes resultados, portanto, não tenha medo de experimentar.